23 outubro 2005

Principe...

"(...) - O que é que “estar preso” quer dizer?
- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?
- Ando à procura dos homens - disse o principezinho. - O que é que “estar preso” quer dizer?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar - disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas! Aliás, na minha opinião, é a única coisa interessante que eles fazem. Andas à procura de galinhas?
- Não - disse o principezinho. - Ando à procura de amigos. O que é que “estar preso” quer dizer?
- É uma coisa que toda a gente esqueceu - disse a raposa. Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo... (...)
A raposa calou-se e ficou a olhar muito tempo para o principezinho.
- Por favor ... Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendermos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
Era melhores teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! (...)

Antoine de Saint-Exupéry, O principezinho."

20 outubro 2005

MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DOS CANHOTOS

O meu pai disse que eu devia escrever um "Movimento de Libertação dos Canhotos". Eu fiquei naquela... Ser canhota nunca foi coisa que me incomodasse muito, habituei-me desde cedo a escrever com a folha torta, a cortar as coisas à tesoura de forma esquisita (e lá não muito precisa) e a segurar o peixe com a faca enquanto o escamo com o garfo.

O que me incomoda são os preconceitos. No outro dia tava no trabalho, muito eficiente, a apontar um pedido, e o cliente perguntou-me se eu tinha andado numa escola especial para canhotos. Fiquei possessa. Respondi-lhe com os melhores modos possíveis com que uma empregada se pode dirigir a um cliente, sem que este peça o livro de reclamações, e com um grande sorriso amarelo disse: "Eu sou canhota, não sou deficiente!". Ele inda se pôs pa lá a dizer que tinha um irmão que tinha nascido canhoto (coitado) e que tinha andado numa escola especial e até tinha uma tesoura ao contrário, "porque os canhotos não podem usar as tesouras das outras pessoas", ia dizendo para o amigo que estava com ele. Eu feita parva inda tentei explicar-lhe que há anos que uso tesouras "normais", e que nunca precisei de material "especial". Mas ele n me queria ouvir. Sabia melhor do que eu, porque tinha um irmão com esse "problema".

Enfim, neste ponto perguntar-me-ei então do que raio há-de um canhoto se manifestar. Eu pessoalmente gosto de ser canhota. A minha mãe desde que sou pequena que diz que eu sou do contra. Se calhar é por isso.

Bem, mas vamos ó manifesto:

1º O CANHOTO É MUITO CRIATIVO, E NÃO TEM CULPA DA SUA CRIATIVIDADE, DÊ LÁ ELA PO QUE DER!

Dizem que nós, os canhotos, somos muito sensíveis e criativos, porque usamos o outro lado do cérebro. (Se calhar deve ser por isso que faço tantos filmes e começo a falar e não me calo...)

2º O CANHOTO É UMA RARIDADE E DEVE SER TRATADO COM MUITO RESPEITINHO!

... Entretanto achei que para poder falar disto devia investigar um bocado. Sabem que eu faço parte de 10% da população que inclui canhotos e ambi-dextros, e onde a maioria são homens? Sou mesmo rara!

3º O CANHOTO É MUITO INTELIGENTE!

E mais... O Alexandre o Grande, o Einstein, o Ayrton Sena, o Bill Gates, A rainha de Inglaterra (e o principe Carlos e mais uns quantos da familia), o Da Vinci, o Beethoven, o Napoleão Bonaparte, o Charlie Chaplin, o Machado de Assis, O Paul McCartney e o Pelé (?)... Eram todos Canhotos. Heim??? Já viram?? (quase) Só malta muito inteligente.

4º O CANHOTO É MUITO PODEROSO!

Os budas acham que "o caminho para o nirvana estaria dividido em duas partes: o da mão esquerda representaria o jeito errado de se viver enquanto o da direita seria o caminho digno para a purificação da alma" (o que explicaria muita coisa), os esquimós acham que "todos os canhotos são poderosos feiticeiros", e os marroquinos que somos "pessoas malvadas ou até mesmo demónios" (to lixada).
Enfim...

5º O CANHOTO É MUITO JEITOSO COM AS MÃOZINHAS!

Afinal... Já viram bem como nos safamos bem com o material ao contrário?



... Entretanto fui mostrar este belo manifesto ao meu querido paizinho que me disse que isto n era um manifesto coisíssima nenhuma, era um elogio ao canhoto.
Pois... Eu bem disse no inicio que n me sentia lá muito reprimida por ser canhota, para ter do que me manifestar. Se calhar precisava de ser daqueles que levaram porrada até mudar de mão, e que ainda hoje se trocam todos..

Enfim, lembrei-me de um monte de coisas, como que se deviam por tesouras para canhotos nos supermercados, criar aulas de dança ao contrário (para eles não se trocarem todos quando querem dançar em pares) ou mudar a alavanca dos carros para o lado esquerdo (ou as regras de transito para as de inglaterra), mas depois pensei que isso era tudo muito disparatado, e que deviam era deixar os canhotos em paz, que tão muito bem como tão...

Afinal de contas caraças. Somos raros, criativos, poderosos, jeitosos e inteligentes. Que raio podemos querer mais?

19 outubro 2005

A CRISE DOS FRASCOS:

Bem, há quem possa achar que há questões sociais muito mais interessantes para se falar do que de frascos. Mas cá pra mim é um assunto como outro qualquer. E se havemos de falar sobre economia ou guerra (que são fundamentalmente o mesmo), porque não falarmos de aberturas (de frascos)? Não serão também questões do nosso dia a dia?

Bem, whatever. Foi sobre isso que eu e a Mara resolvemos falar, e são as nossas conclusões que vim aqui partilhar com voçês (sintam-se à vontade para mudarem imediatamente de assunto: www.publico.pt)

(...mas se não mudaram, aqui vai:) Há quem ache que hoje em dia tudo o que é produto importado já vem com abertura fácil. Mas o que acontece é que, com tanta doença e ameaças que tal que por ai andam... Estas coisas das aberturas já vêm com normalização aprovada pela EU.

Na nossa opinião, às vezes é preciso muita força de punho pra dar o rumo certo na rosca. É que a questão às vezes não é realmente a força, mas o jeitinho (inda para mais para os desgraçados que são canhotos, para quem a ergonomia se está bem cagando, e que nunca sabem para que lado girar a tampa)...
Os designers de tais frascos colocam em grandes letras "abertura fácil" e depois as instruções em letrinhas muito pequenas, muitas vezes imperceptiveis, esperando que tenhamos paciencia para ler as de cada um (ou seja, para cada marca, cada abertura). E a gente que se amanhe a olhar pás belas das salsichinhas, da compota ou dos picles apetitosos à transparencia, enquanto espetamos a faquinha, batemos no fundo até fazer "ploq" ou metemos debaixo de agua quente (ou fria, dependendo do ponto de vista).
Ou seja... será que a criação da famosa "abertura fácil" foi realmente uma inovação? Na nossa opinião não passa de mais uma estratégia para mostrar à malta que as coisas estão ali, mas só para olhar (o fruto proibido é o mais apetecido).

No tempo dos nossos pais, aprendia-se a abrir uma e depois as outras eram todas iguais. Agora temos de passar três horas a olhar pos frascos a ver se percebermos as instruções (inda pra mais quando os produtos são importados e as instruções vem na lingua de origem).

Enfim... Às vezes estes pequenos pormenores fazem toda a diferença.

p.s.:

Fazem o favor de comentar as coisas interessantes que digo???
Eu sei que isto n é o messenger, mas também é um veículo de comunicação!

08 outubro 2005

Ano novo, vida nova

Já há muito que não vinha cá dizer umas coisas. O que talvez se passe é que não tem havido muito a dizer. Arranjei um emprego e passei o verão a trabalhar para projecto (o que resultou bem, porque passei).

Agora... Ano novo, vida nova. Lá po mês que passou fiz aninhos e fiquei um bocadinho maior. To com muita fé nos 26, acho que é um bom numero.
O meu horóscopo diz que tou numa "fase criativa". Eu também me ando a sentir um bocadinho criativa (há quem diga que até demais)...

Enfim... A ver vamos, como dizia o ceguinho.

16 julho 2005

quando o cú tem tudo a ver com as calças:

sabem quando vamos na rua e vimos umas calças muita giras, mas muita giras mesmo, numa montra, mas muita caras ao mesmo tempo? E passamos lá no dia a seguir e as calças ainda lá estão... e no outro dia a seguir... e no outro... e assim sucessivamente?
Normalmente acaba por acontecer uma de duas coisas: ou um dia elas já lá não estão, e eventualmente acabamos por nos esquecer delas, ou acabamos por entrar na loja para as experimentar.
Se as experimentarmos acaba por surgir uma nova questão: ou as calças nos assentam mesmo mal, o que nos faz sair da loja um bocado desiludos, mas contentes por não empenharmos o nosso crédito e passarmos uns bons meses a paga-las, ou... assentam-nos que é uma maravilha.
Quando assentam que é uma maravilha temos um novo problema: não podemos andar com dois pares de calças vestidos. Ou seja... temos de decidir entre os nossos velhos jeans, moldadinhos ao corpo, onde conhecemos cada buraquinho e nodoazinha, e entre aqueles belos jeans novinhos em folha de que não sabemos o que esperar...

Cada um deve então ponderar o que fazer segundo os seus critérios de gosto e consciência (nem sempre é bom fazermos créditos a longo prazo que não sabemos se podemos pagar).

19 junho 2005


Era esta a imagem. O belo cartaz da nossa super-exposição de "texto & imagem". Na tá bonito?

"o rectângulo":

Bem, n sei o que se passou. Ia paqui pôr uma imagem, e vai que me apareceu um rectângulo cinzento. Já tentei de tudo, mas ele não sai nem por nada. Enfim... vou ter de me render à presença de um objecto de arte contemporânea fantasma no meu blog. Cada 1 tem aquilo que merece...

02 junho 2005





d. informação












30 maio 2005

Ó eu tão autodidata:

Decidi que vo aprender html. Quem me conhece bem sabe que eu sou de grandes decisões. O problema, da maior parte das vezes está em leva-las pa frente.
Mas já consegui por uma imagem ali ----->
... e já sei o que é o "head" e o "body" (o Porces ensinou).

Estou muito orgulhosa de mim!
É um passo quase tão grande como conseguir convidar a Aline para ir ao café (embora a estivesse a mandar ir embora do café) em alemão! Qualquer dia até já percebo o Rex!

16 maio 2005

2ª página:

Enfim... Ando aqui há dias a pensar como começar isto. É mais ou menos o que me acontece quando compro 1 caderno novo. A primeira folha... fica em branco. Na segunda... escrevo assim umas coisitas.. Depois é que a coisa vai encarrilando...

13 maio 2005